CESTA BÁSICA DA CAPITAL ENCARECE EM11,89% NO ANO
A cesta básica do fortalezense subiu, de janeiro a julho deste ano, 11,89%, a quarta maior variação entre as capitais avaliadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Natal (alta de 15,45%), Aracaju e João Pessoa (14,22% ambos) foram as únicas do País com elevações superiores. Em 12 meses, o conjunto de itens alimentícios ficou 12,15% mais caro na Capital cearense.
Especificamente em julho, a população de Fortaleza desembolsou R$ 240,80 para adquirir os produtos que compõem a cesta básica. O valor é 2,16% superior ao custo da mesma lista de compras em junho (R$ 235,70).
Dentre os 12 itens da cesta, o grande vilão da inflação no mês foi o tomate, que apresentou variação de 33,59% no mês e de 54,75% no semestre.
Prejudicado
De acordo com a economista do Dieese, Elizama Cavalcante de Paiva, "grande parte do tomate consumido em Fortaleza vem da Serra da Ibiapaba, que passa por um período de entressafra, reduzindo a oferta do produto e, consequentemente, elevando o nível de seu preço".
Em contrapartida, quem surpreendeu foi o feijão carioquinha, que registrou a maior retração (-8,51%), baixando de R$ 23,27, em junho, para R$ 21,29 no mês de julho de 2012.
"O que ocorreu com o feijão foi o inverso do que houve com o tomate. Grande parte do feijão carioquinha vem de Irecê, na Bahia. Os produtores plantaram mais começo do ano e agora, na safra, aumentou oferta, então, o preço caiu", explica Elizama.
Em todas as capitais pesquisadas, a cesta básica apresentou alta em julho. Fortaleza ficou entre as três menores elevações, tendo à frente apenas João Pessoa (1,61%) e Manaus (1,95%). A inflação sobre o rol de alimentos foi puxada por Belo Horizonte (8,41%), Rio (7,50%) e Porto Alegre (7,03%).
Tempo de trabalho
Para adquirir a cesta básica na Capital cearense, o trabalhador que recebe o salário mínimo vigente no País, de R$ 622,00, precisou cumprir, em julho, uma jornada de 85 horas e 10 minutos. O tempo utilizado é inferior à jornada média de trabalho exigida no mês para o conjunto das capitais, de 92 horas e 48 minutos. Conforme o Dieese, o gasto com alimentação no mês de uma família padrão (com quatro membros), foi calculado em R$ 722,40. Segundo Elizama, com base no levantamento de preços, o salário mínimo necessário estimado para a mesma família é de R$ 2.519,97 - valor 405,1% superior ao Mínimo real. Apesar da diferença, a economista afirma que o Dieese continua apostando na elevação do salário mínimo para corrigir tal disparidade.
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