FALTA ESTRUTURA NOS POSTOS DE SAÚDE

Plantão Ceará | 08:21:00 | 0 comentários



Relatório apresentado em evento sobre saúde cita a falta de médicos e deficiência na estrutura de várias unidades
O relatório final sobre as visitas realizadas nos postos de saúde de Fortaleza pelo Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e entidades da classe concluiu que, em todas as regionais visitadas, o número de equipes do Programa Saúde da Família (PSF), nos postos de saúde, é insuficiente e atende a, no máximo, 70% da demanda. O que mais chama atenção, segundo o documento, é a falta de médicos.


Além das unidades de saúde básica da Capital, grandes hospitais de Fortaleza deixam a população sem atendimento por falta de médico, como o Frotinha do Antônio Bezerra, onde a população é orientada a procurar outros locais FOTO: HELENE SANTOS

Os problemas das unidades básicas foram apresentados no segundo dia do II Fórum de Direito e Saúde, que aconteceu na manhã de ontem, no auditório da Procuradoria Geral de Justiça (PGJ). O evento, que termina hoje, tem o intuito de discutir o funcionamento do sistema de saúde pública no Ceará.

Visitas

Entre os meses de fevereiro e junho de 2012, foram visitadas 27 unidades básicas de saúde com a intenção de verificar a eficiência dos serviços prestados. Foram analisadas as condições de infraestrutura, recursos humanos e atendimento à comunidade. A maioria das unidades apresentou equipes do PSF insuficientes, incompletas e carentes de médicos. Além disso, problemas de recursos humanos e infraestrutura também foram apontados.

O relatório concluiu que, em alguns postos, existiam obras de reformas iniciadas, porém, paralisadas, e instalações elétricas e hidráulicas em situações inaceitáveis. Um exemplo disso é o Centro de Saúde da família (CSF) Guiomar Arruma, na Avenida Castello Branco (Leste-Oeste), onde falta água e energia com frequência.

No local, os funcionários precisam comprar materiais de higiene para os banheiros. Em algumas unidades, ainda de acordo com o relatório, existem móveis de boa qualidade e aparelhos novos de ar condicionado, mas que, segundo informações dos servidores, não pertencem à Prefeitura e, sim, aos servidores.

A quantidade de medicamentos disponíveis para a demanda nas unidades básicas de saúde também foi apontada como insatisfatória no relatório apresentado, assim como a segurança no trabalho, principal reclamação dos servidores, já que boa parte dos postos de saúde está em áreas de risco.

O relatório concluiu que as salas de vacinações dos postos, em quase sua totalidade, estão em condições ideais de funcionamento, e cerca de 40% dos postos têm estrutura física ideal para um bom funcionamento por possuírem áreas amplas e salas bem dimensionadas.

Esforço

O presidente da comissão de Saúde da OAB, Ricardo Madeiro, reconhece o esforço dos profissionais e administradores de saúde para os postos funcionarem, mas frisa a necessidade de serviços satisfatórios. "Lutamos por isso porque acreditamos que todo cidadão tem direito a um atendimento de qualidade".

Em relação ao assunto, a promotora de Justiça de Defesa da Saúde Pública, Isabel Pôrto, afirma que as melhorias na saúde precisam se concretizar e sair do papel para realmente atenderem às necessidades da população da Capital.

A coordenadora de atenção básica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Lídia Dias Costa, admitiu a necessidade de melhorias, mas ressaltou que a atenção básica é algo complexo e que o financiamento dado para saúde não concretiza tudo. "Todos os problemas apresentados não anulam o que a atenção básica já fez em Fortaleza", disse.

Estrutura

27 
unidades de saúde da cidade foram visitadas por equipes para a avaliação das condições referentes aos serviços públicos prestados à população

40% dos postos de saúde possuem estrutura física ideal para o bom funcionamento, devido a amplas áreas e salas bem dimensionadas, conforme o documento

Frotinha do Antônio Bezerra não tem médico suficiente
Pacientes que esperavam atendimento, ontem, no Frotinha do Antônio Bezerra foram embora devido à falta de médico. O autônomo Francisco de Assis chegou às 7 horas no local em busca de atendimento para o pai, Máximo Xavier, de 75 anos, que estava passando mal. Porém, foi comunicado na recepção que não havia nenhum médico para atendê-lo e, depois de esperar quatro horas, decidiu ir embora.

No local, a aposentada Margarida Gonçalves passou por situação semelhante. Com um problema no braço, ela esperava desde às 8 horas da manhã, quando foi informada de que, assim como outros pacientes, não havia previsão de atendimento também por falta de médico naquela unidade de saúde.

O diretor clínico da unidade, Marcos Almeida, admitiu que, às terças e quintas-feiras, não há médico no Frotinha do Antônio Bezerra, por isso, a população é orientada a procurar serviços próximos, como o Gonzaguinha da Barra do Ceará. Conforme Marcos, a partir de setembro, novos médicos devem chegar à unidade: dois para atender durante à noite e um para atender no período da manhã.

LÍVIA LOPESREPÓRTER 

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